A tradição da avó Lua
A Lua muito
cultuada pelos nossos ancestrais como a grande Deusa que inspira romances, nos
remete a sua magia, seu poder, conhecida por diversos nomes como Vó Lua, La
Luna, Mama Quilla, Jahe,(indígena Araweté/Ipixuna) tem função primordial como e
âncora da terra responsável por ciclos das plantas, das marés, fertilidade,
intuição, introspecção, e também nossos ciclos menstrsuais, no humor da mulherada
e não menos as estações do ano.
Aparece como
uma Deusa Sagrada que cultuada como princípio feminino era representada pelas
Deidades Lunares de acordo com cada povo sem esquecer sua fases as Deidades em
sua triplicidade Donzela, Mae, Anciã de acordo com as fases da lua crescente,
cheia e minguante, que também de acordo com diversos povos remete a nascimento,
morte, renascimento, pai, mãe, filho, corpo, mente, espirito, nossa conexão com
nossos mistérios, com o feminino de uma maneira Sagrada.
A lua em
relação ao nosso Sagrado nos remete a nosso eu interior, intuição, Inspiração,
acolhimento, emoções, psiquismo, fertilidade, sombras, também é cíclica como nós
mulheres sem esquecer da menstruação que geralmente nos remete a nós e o que
estamos passando nessa fase de nossa caminhada.
A lua aparece
centrada principalmente nas culturas matrifocais que faziam seus rituais para a
fertilidade, louvando a deusa, onde eram saudadas, como exemplo, tanto a Vó
Lua, quanto a mãe terra Gaia, Pachamama, em suas diversidades de nomes
dependendo da cultura e grupo social, as meninas aprendiam com as mais velhas e também estudavam através de
seus corpos, conheciam a importância do sangue
Sagrado que emanava do seu útero, e tudo que preparava para sua idade adulta,
do quanto era importante esse sangue voltar para terra.
Em diversas
etnias indígenas quando a mulher estava sangrando ficava separada por estar em
um período com uma intuição muito aguçada, já em outras tribos as índias subiam
as montanhas para dar seu sangue a Terra no ritual honravam a si e a Deusa de uma maneira pura
como uma donzela, sabiam a importância de ser mãe e chegavam a sabedoria e
respeito de uma anciã, porém no decorrer da história da humanidade com o
patriarcado esses cultos vão ficando em segundo plano em detrimento ao aparecimento
do culto ao Deus Solar conhecido como o princípio masculino, os homens dentro
de um pensamento de nos desconectar, num mundo voltado para as conquistas, disputas
,razão e cientificismo, onde a única
coisa que importa é a ação transformadora e onde a criatividade a contemplação
e as emoções já não tem espaço e minando para que ocorra a total desconexão da
mulher com o seu Sagrado. Muitos foram vendo a lua como Negra instável,
inconstantes, ligados a um oculto sombrio místico de mulheres insanas que
estudavam Ocultismo e Bruxarias, o poder das ervas e dos elementos, num sentido
negativo, pejorativo, já que muitas sofriam zombarias e mesmo descréditos de
suas intuições, e muitas vezes ignoradas e reprimidas por serem mulheres no
intuito de acabar sufocando toda a parte Sagrada de nossa existência e nossa
conexão com a parte emocional e espiritual.
No entanto
estamos resgatando as verdadeiras faces da lua com a reconexão de quem somos e
onde queremos chegar, resgatando a Lua como uma verdadeira aliada para diversas
questões de expansão de consciência, busca do conhecimento interior,
conhecimentos esotéricos e astrológicos, e mesmo questões ocultas e que de uma
certa forma eram meio que escondidas e mesmo apagadas para que não
encontrássemos as grandes facetas de sua ciclicidade interligadas com nossas próprias.
Estamos todas conectadas com a Vó Lua e nossa mãe terra, com a natureza e nosso
útero que representa a criação, transformação, renascimento e uma consciência
que nossas ancestrais tanto lutaram para que tivéssemos essa grande
oportunidade em nosso desabrochar, e agora estamos com a oportunidade desse
grande resgate da Verdadeira mulher que existe no interior de cada uma.
Convido-as a acompanharem a próxima postagem que falará especificamente
das fases da lua e a ciclicidade feminina para que possamos juntas nos religar à
nossa mestra interior e enxergar o horizonte de possibilidades a nossa frente.
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Texto Andreza Freitas terapeuta do Sagrado Feminino e parte do comando do Templo Polimata Boituva